quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Mão de obra é o principal entrave

As projeções de crescimento para o crescimento de apoio marítimo nos próximos anos animam as empresas, mas a falta de mão de obra e o aumento de custo têm preocupado armadores brasileiros. Algumas companhias contam que já enfrentaram problemas como ficar com embarcação parada por falta tripulação.
O custo com a mão de obra impacta muitos os contratos de afretamento de longo prazo. Nos últimos dez anos, o salário dos tripulantes aumentou aproximadamente 600% acima da inflação do período, estima o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Apoio Marítimo (Abeam), Ronaldo Lima. "A demanda do mercado está crescendo além da capacidade de formação de tripulantes. Para os próximos anos, com as estimativas de quase dobrar a frota só para apoio marítimo, a discrepância pode ficar ainda maior, Atualmente, já vemos barcos parados por falta de tripulação e profissionais ficando mais tempo embarcado para poder continuar a operação", aponta Lima.
Para aumentar o número de profissionais, Lima explica que a Marinha está oferecendo a capacitação em um ano para engenheiros formados que queiram seguir este caminho. Outra possibilidade para minorar o quadro é a reciclagem do profissional de Marinha que está aposentado e quer voltar, avalia Lima, "Com isso, aumentaria o Número de marítimos disponíveis, ma queremos muito mais, pois não dá para entregar um navio para alguém que acabou de se formar, é preciso ter experiência profissional,, pois os navios são muito sofisticados", reforça o presidente da Abeam.



Para reduzir este problema de forma mais imediata, a Abeam propõe a flexibilidade da resolução normativa nº72 de 2006 do Ministério do Trabalho. O documento determina que embarcações estrangeiras operando no Brasil tenham parte da tripulação brasileiras após 90 dias, aumentando o número de brasileiros de acordo com o tempo de internação, chegando a dois terços dos profissionais.
"No ano passado, eram 203 embarcações estrangeras atuando no mercado. Só com a flexibilização desta norma, de imediato os profissionais brasileiros tomados pelos armadores estrangeiros poderiam ser integrados às empresas nacionais e poderiam atuar nas novas embarcações, cujas frotas crescem constantemente", ressalta Lima.
O crescimento do mercado nacional foi rápido nos últimos anos. Segundo dados da Abeam, em2005 atuavam 74 embarcações brasileiras no mercado de apoio marítimo e 91 estrangeiras. Já em 2010, operavam 158 navios de bandeira nacional e 203 internacionais. "Pedimos o relaxamento da resolução 72 por cinco anos, para resolver de forma imediata os problemas do mercado. Durante esse cinco anos, a Marinha aumentaria o número d formados para equilibrar o mercado", conta o presidente da Abeam.
Uma outra proposta da entidade é permitir, de forma temporária por cinco anos, o emprego de profissionais de outros países para trabalhar nos navios nacionais. Para isso, para normativa, a 80 de 2008  do Conselho Nacional de imigração, teria de ser alterada para prever autorização de trabalho ao estrangeiro, respeitado o interesse do trabalhador brasileiro.
Alguns executivos do setor sugerem que a formação de oficiais seja feita por instituições de ensino superior, como é feito na aviação no Brasil. A Marinha atuaria como órgão certificador, regulador e classificador.

"A mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original." (Albert Einstein)

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